quinta-feira, 7 de julho de 2011

Saga de Guy - Cap 7

Guiando um 7A
Bem, conforme orientação médica, Guy começou prontamente na Fonoaudióloga. A tia Pida é paga pra brincar com Guy. Tentar extrair dele mais informações e certa amizade. Bem, ela disse que de vez em quando é bom deixar Guy com alguém – sem a mãe. Disse que Guy não tem traços claros de autismo – ela lida com autistas de todos os graus. Disse que não podemos mais o deixar brincar sozinho, temos que tentar fazer qualquer brincadeira que ele queira, a dois. Disse pra comprar giz de cera, boneco pra comparar as partes físicas, brinquedo de montar e encaixar. Estamos fazendo tudo isso. 
Uma coisa que todas elas perguntam é se Guy já come sozinho. Não, não come. Mas não come porque nunca tentei ensinar ele a comer. Daí me acendeu – mais uma vez – a luzinha da culpa. Eu nunca tive muito jeito com criança. E continuo não tendo. Não sei brincar nem estimular. Muita coisa além do garfo e colher eu não tentei ensinar. Eis que fui dar a colher na mão dele. No primeiro dia ele já aprendeu a levar a colher na boca – claro, com ajuda pra não errar o alvo. Ao fim de uma semana, já ia buscar ele mesmo a comida no pratinho. E vendo que a colher não estava suficientemente cheia, labutava pra tentar equilibrar o máximo de comida possível pra não perder a viagem. 
Além disso, senti muita evolução no pimpolho neste último mês – em que ele voltou a civilização. Ele está mais receptivo para os adultos, ficou até no colo da tia Nanda, e também do Kilo....adora o Kilão – disseram as línguas afiadas que é porque ele se sentiu mais em casa.  Não sei, pra ele o Kilo é o máximo da diversão. 
O vovô foi o grande contemplado. Guy vai lá ao quarto, pega o vovô pela mão e o leva pra sala num claro convite pra brincar. Não quer deixar o vovô dormir e fica todo faceiro na frente dele. Pida disse que este não é um comportamento de autista. Outra coisa é perceber a bronca, ficar de castigo, se chatear e tentar agradar quando brigo. Tudo isso são migalhas que juntamos para crer que ele está acima de qualquer desconfiança clínica.
A próxima lição da tia Pida é o banho. Mostrar o pé, a mão, comparar com a minha. Ir guiando lentamente esta via 7ªA  neste paredão rochoso em positivo que está sendo o aprendizado de Guy.



Tecla SAP: 7ª A é um grau de dificuldade para vias de escalada (alpinismo). Guiar um sétimo grau é difícil pra mim, escaladora amadora, mas não impossível.

Um comentário:

  1. Eu tb senti essa evolução nele nesse mês aqui...
    Já havia comentado com Gaby,que eu observadora dele desde o seu primeiro dia aqui,vi e vejo cada dia uma evoluçãozinha e isso tb me faz duvidar mesmoo do autismo(eu cá na minha opnião observadora Mãe-Tia).
    Mesmo em seu ritmo diferente as evoluções estão lá sim senhor,a maneira como ele sabe que tem que se sentar na mesa na hora de comer...quietinho,procurando e escolhendo principalmente o que vai comer por exemplo, ,ele ter me chamado pela mão tb para tentar ao seu jeitinho mostrar que o quadrinho caiu nele,me deixaram muito animada e deixam claro que essas migalhas que vc falou logo somarão uma fatia boa e construtiva ...
    Ah e quanto a escaladora amadora que dizes ser,to certa que não lhe faltarão forças...e de amadora logo não sobrará nem sombra...

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