quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Meu mundo por um jogo de Le Creuset


Em outros tempos, eu olharia pro céu e planejaria uma fuga estrada afora, talvez comprar um fusca e me mandar pra amazônia, talvez viajar de moto pelos vales de Minas Gerais, talvez me esconder do mundo e ficar de junto às baleias nas praias geladas do sul do país. Mas minha atualidade é outra, e sem querer, eu, em plena noite de namoro com meu conjuge, olhei pro teto e pensei como seria bom ter um jogo de panelas le Creuset. Pensei que, pelo valor de mercado destas jóias da cozinha, jamais compraria uma, mas imaginava alguém que pudesse presentear-me-as.

Quando solta, solteira, eu sonhava com uma estrada sem fim, numa caranga movida a vento. Hoje, casada, dona de um lar, amarrada a manutenção da posse, sonho com as le creuset.

Moral da história: você pode produzir os sonhos mais profundos, almejar as estrelas mais distantes, mas a realidade te esmaga.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Hein minhas tias, já tive seis meses


Logo aí aprendi a sentar, e já tomava banho na bacia, brincando com a água, e quando ninguem tava vendo, eu me curvava pra beber a água da banheira, era muito interessante.
Eu falava "na badava namama guagruuuuuuu e papa", também "griiiiiiiii" Quando bravo eu falava "mau mau mau mau". Quando queria que me olhassem, falava "É - ébua-á". Eu sei que é uma linguística muito complexa, mas sempre funcionou.


E eu tento engatinhar e meto a testa no chão, choro um pouco e depois eu mamo e durmo.
E tenho uma caixa de remédio velha que é meu brinquedo mais querido.
Já quebrei um copo, derramei um café, picotei um jornal e meti a mão no prato de papinha.
Ah, já como papinha, e fruta, e água de cocô, e só.
Tem um dente na minha boca que já rasgou a gengiva, e ninguém viu, não doeu, nem chorei, quando vi, tava aqui.
Eu vivo caindo da cama, do sofá, do colchão.
Chego na praia, logo durmo. Minhas vacinas estão em dia. Tá tudo supimpa.